Obras alheias em casa própria II

Como já todos sabem, os meus amigos e vizinhos estão a fazer obras no seu apartamento, tal como eu já contei aqui, também sabem que os Srs. que eles contrataram furaram um bocadinho mais ao lado, e atacaram a minha casa.

O meu-mais-que-tudo, diz que eu ando um bocadinho paranóica, chama-lhe sindroma pós-traumático do buraco na parede, mas o certo é, que quando ouço um barulhinho um bocadito mais forte, lá vou eu disparada até à parede em questão inspeccionar todos os cantinhos.

Na segunda-feira ao almoço não foi excepção, começei a ouvir um barulho mais intenso e disparei para a sala, o certo é que o meu sindroma pós-traumático do buraco na parede, têm uma razão de ser, porque quando cheguei à sala o barulho continuava fortissimo, e os vestígios de caliça começavam a intensificar-se.

Não me preocupei muito em perceber de onde vinha a caliça, simplesmente sai disparada porta fora e entrei, ou melhor invadi, o apartamento dos meus amigos e vizinhos. Eu confesso estava transtornada, e mandei parar a obra. "Acaaaabouuuuuu não furam maissssssss", bom, eu disse mais qualquer coisa aos Srs, que agora não me recordo, mas o que tornou este episódio inesquecível, não foi o meu acto heroíco de ter impedido atempadamente mais um buraco em minha casa, mas sim, ver o meu-mais-que-tudo entrar também na casa dos vizinhos com a maior calma do mundo e explicar aos Srs. das obras, que são russos que aquela parede era a fronteira entre as duas casas.

Dizia, "A-qui u-ma pro-pri-e-da-de", e apontava "A-li ou-tra pro-pri-e-da-de", e apontava "A-li, não, fu-rar", "A-li meu", "A-li não pu-der fu-rar", "M-e-u ca-sa, m-e-u", "U-ma pro-pri-e-da-de, ou-tra pro-pri-e-da-de".

E foi-se embora, calmissimo, e todo contente porque tinha finalmente explicado aos russos que a obra não deveria continuar até à minha casa.

Pelo menos reforçei uma certeza, tenho um maridaço, o rapaz até fala Russo!

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