Acordo Órtográfico

Miguel Sousa Tavares, disse algumas verdades sobre o novo acordo ortografico de Língua Portuguesa.

Eu não sou uma expert em linguistica, mas consigo compreender a sua crítica, mas mais que compreender é dar-lhe toda a razão.



O Acordo Ortográfico é um acto colonial do Brasil sobre Portugal com regras que não são recíprocas, afirmou à Lusa o escritor e jornalista português Miguel Sousa Tavares, no Brasil para lançar seu "quase-romance" No Teu Deserto.
"O Brasil é o único país que recebeu a língua de fora e que impõe uma revisão da língua ao país matriz, como se os Estados Unidos impusessem um acordo ortográfico à Inglaterra", afirmou Sousa Tavares, criticando o facto de não ter havido uma consulta aos profissionais que trabalham com a língua, como os escritores, jornalistas e professores.
"Ninguém foi ouvido, o acordo foi imposto tanto no Brasil como em Portugal", critica.
O escritor lembrou que um acordo exige reciprocidade, para afirmar em tom crítico que a reforma da ortografia foi "cozinhada entre académicos que queriam se reunir e viajar".
"Não encontro escritores brasileiros que defendam o acordo", aponta.
O escritor e jornalista disse que não pretende mudar a sua forma de escrever e adverte que o Acordo Ortográfico vai "condensar e expurgar" muitos dos detalhes da diversidade linguística.
Sousa Tavares duvida que os países africanos de língua portuguesa cumpram o acordo.
"Vão começar a rejeitar o português se nós os obrigarmos a seguir estritamente uma gramática que não lhes faz sentido nem ao ouvido, nem na escrita".
"Acho um projecto idiota, e pode ser prejudicial em muitos países. Querem unificar o português em todo o mundo falante de língua portuguesa. Não vai ser em Portugal nem no Brasil porque temos 500 anos de trabalho e a nossa língua efectiva, mas em Angola apenas 10 por cento fala bem português, o resto não fala", argumenta.
Miguel Sousa Tavares é também muito crítico sobre o conceito de lusofonia e a actuação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Gastam imenso dinheiro aos contribuintes de Portugal e do Brasil e não é por aí que a lusofonia vai funcionar. Nós nunca faremos uma 'commonwealth' nas relações económicas. Na hora da verdade, o Brasil vai entrar em disputa com Portugal".
Para Sousa Tavares, a única forma de construir laços na lusofonia é a aproximação a partir de afinidades entre os povos, o que vai passar pela língua.
"Finalmente o que funcionará é a língua. A lusofonia passa muito pelas relações humanas que são mais importantes, elas é que vão determinar", referiu ao destacar que hoje há "muito mais concorrência do que cooperação" no mundo lusófono.
O jornalista é autor de "Equador", um dos maiores sucessos de vendas da literatura portuguesa dos últimos anos e está no Brasil para apresentar seu novo romance e participar na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro.

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