A Injustiça do Chumbo

Uma das polémicas dos jornais de hoje, trata as supostas orientações do Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, às escolas, sobre as transições, retenções, aprovações ou reprovações dadas aos alunos com negativas.


Diz a notícia que as tais orientações admitem o "chumbo" apenas como medida excepcional, e que o Ministério reconhece que o "chumbo" é "ineficaz, caro, punitivo e segregador".


Toda esta informação, não me apanha desprevenida, já que esta luta pedagógica sobre quem reprova ou fica retido no mesmo ano escolar, não é nova, vem até de há muitos anos, aquilo que me incomodou nesta noticia foram os comentários dos leitores. Ora vejamos alguns:


“A minha filha, no 7° ano, teve colegas a transitar de ano com 6 negativas e até, alguns, com faltas disciplinas. Ainda ontem me questionou de que vale estudar tanto... Claro que teve resposta, mas compreende-se a desmotivação de muitas crianças.

 “Concordo em tudo o que disse...na turma do meu filho passaram alunos com 4,5 e 6 negativas, faltas disciplinares, enfim.....o meu estudou, batalhou para sempre para subir as notas e eu ( e ele claro) perguntamos será que vale a pena com estes métodos de passagem de ano.

Não quero maçar, com a transcrição de todos os comentário, até porque esta pequena amostra, é exemplo claro do meu incomodo, e da minha canseira, mal-estar e até indisposição quando me deparo com esta gentinha, que cria a sua justiça por comparação ao mau dos outros.

Na realidade haveria injustiça se os filhos dos autores dos comentários acima, tivessem "chumbado", mas na realidade isso não aconteceu. Ao que tudo indica, os seus filhos estudaram imenso durante o ano, trabalharam e virem refletido na pauta o produto desse trabalho, pelo que não foram injustiçados.
Ao lê-los fico com a ténue impressão que pretendiam estes pais que os seus filhos subissem ainda mais as notas por solidariedade aos que passam de ano sem saber ler nem escrever.

Embasbaco, com a facilidade, que em geral as pessoas tem de se nivelar pelos outros, a perplexidade para tamanha falta de noção individual é gigante. Cada um sabe de si, se os alunos passaram sem saber, vão ter problemas graves no futuro escolar, não é transmissível pelo ar, as notas dos seus filhos foram o alcance da sua avaliação, não dos outros.

Para quê comentar desta forma, o importante na noticia, é a mascara que os alunos de Portugal põem nos conhecimentos e não a mesquinhez do "o meu filho sabe mais e sente que não vale a pena estudar!" Porra o puto estuda para quê? Para ter nota ou para saber?

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