Vá-se lá perceber este Senhor!


Era acérrimo defensor do PSD, depois “rasgou” o seu cartão, voltando-se para os lados do Rato ora elogiando efusivamente o Primeiro-Ministro, ora apoiando o candidato do PS à Câmara de Lisboa.

Na sexta-feira veio defender a fusão do PSD com o CDS, num artigo de opinião do público, escrevendo que à semelhança do que já foi feito noutras situações se deveria “fundir esses dois partidos, também com movimentos, entidades e grupos de pessoas que tenham uma posição não-socialista”.

Parece que “ao ver o que aconteceu a Marques Mendes e a Paulo Portas” sentiu como raramente na sua vida “uma pulsão escatológica”

E perguntam vocês, o que é uma pulsão escatológica? Confesso que também tive de ir ao dicionário para perceber bem o que teria sentido o ilustre advogado da nossa praça, mas depois de ler e reler o significado de escatológica (relativo à escatologia) fiquei na mesma.

É que não consigo mesmo compreender, e olhem que fiz um esforço danado, como é que “um tratado sobre excrementos” ou a “parte da Teologia que se refere às coisas que deverão suceder no fim do mundo” se relacionará com aquilo que aconteceu a Marques Mendes e a Paulo Portas.

Mas continuando, “o facto é que, por erros e má fortuna (por amor ardente parece-me que não), os dois partidos da área da direita e do centro-direita chegaram praticamente ao grau zero da sua eficácia e do seu prestígio”, na realidade tanto o PSD como o CDS andam pelas lonas, sem apoiantes, ou com eles escondidos, mas será razão para fundirem ideologias diferentes, ou será que devem mesmo mudar de ideologias?

O grave é que, segundo o tão ilustre advogado da nossa praça, “o PS chegou-se ao centro com Guterres, continuou a fazê-lo com Sócrates e está a evoluir no sentido de um partido pós-social-democrata numa linha de liberalismo avançado”.
De repente ao reler este parágrafo lembrei-me do caso Charrua e pensei linha de liberalismo? Tenho mesmo que corrigir o meu dicionário de sinónimos.

Pergunto-me porque será que esta proposta não foi também feita aos partidos da esquerda com expressão no Parlamento, são mais de dois não são?

Centralizar partidos é reduzir opções, permitindo abusos de confiança e tentações de mais facilitismo, e corrupção, mas vá-se lá perceber este Senhor!

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