2 Anos de Guerra na Ucrânica
Passaram-se dois anos desde aquela madrugada de fevereiro em que a Ucrânia acordou sob ataque. E, com ela, o mundo também perdeu o sono. Na altura, ainda acreditávamos que a diplomacia podia ter a última palavra. Que as ameaças eram manobras, que as fronteiras não seriam ultrapassadas. Mas o que veio a seguir foi o som dos mísseis, o medo a instalar-se nos olhos das crianças, e um país inteiro a ser forçado a defender-se. Dois anos depois, há cansaço. Cansaço de quem está lá, entre sirenes e escombros. Cansaço de quem, cá fora, tenta acompanhar, compreender, ajudar. Mas há também outra coisa que resiste: uma força humana inexplicável, quase teimosa, que insiste em reconstruir, em acreditar, em manter a vida possível — mesmo no meio do impossível. É fácil, a esta distância, deixar que o tema se dilua no ruído das notícias. As manchetes já não gritam “guerra”, e há dias em que quase nos esquecemos que ela continua. Mas continua. A guerra está lá. E, apesar de tudo, a Ucrânia não ...