Falsa Crença e Má Gestão

Desde há alguns anos para cá, atrevo-me mesmo a dizer, desde o tempo em que o Sr. Prof. que “nunca-se-engana-e-raramente-tem-dúvidas” agora em outros cargos, era Primeiro-Ministro, que nenhum Português hesita em dizer que a economia do nosso país, atravessa um período difícil.

O Sr. Prof. que “nunca-se-engana-e-raramente-tem-dúvidas”, integrou Portugal na União Europeia, e lá conseguiu uns grandes subsídios, para tudo quanto era matéria, ora foi para vias de comunicação, ora para a agricultura, ora para a pesca, ou então para recuperação de edifícios degradados, para centros de formação… enfim… tudo o que se fizesse em Portugal há uns anitos atrás tinha direito a um chorudo subsidio da UE. Contudo, a ideia das dificuldades e atrasos do país, nunca se dissiparam por completo, durante esses anos em que recebíamos as ajudas exteriores o tema da agenda politica do partido governador e da oposição era “é-preciso-ter-coragem-para-fazer-reformas-profundas”.

É verdade que durante a governação do Sr. Eng.º “é-só-fazer-a-conta” a ideia de crise ficou uns tempinhos na gaveta, afinal de contas como o próprio dizia meio milhão de Portugueses na Páscoa de mini férias no Algarve (sim naquela altura o distrito ainda não tinha levado a promoção do L – Allgarve) não é sinal de crise.

Passados alguns anos o conceito do “Portugal-o-Desgraçadinho-da-Europa” mantém-se, os subsídios tendem a acabar, e as reformas profundas continuam por se fazer, e apesar de todo know-how tuga em desgraça e pessimismo adquirido nas governações anteriores, a governação do Sr. Eng.º “afinal-não-é-eng-mas-sim-licenciado-em-engenharia” mantêm o estilo e toca de iniciar o seu mandato com a ideia do “Portugal-não-pode-continuar-assim”.

Assim dito, assim feito, foram então adoptados dois lemas: o primeiro o “reformas simplex” e o segundo “bem prega o frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz” então, começaram a cortar os privilégios dos trabalhadores por conta de outrem, desde que não fossem do governo ou amigos dos amigos do governo, no que respeita às reformas, subsídios e pagamento de impostos.

Desta forma incutiram nas empresas que laboram em Portugal que tudo lhes era permitido, e os trabalhadores acabam por sofrer as consequências desta falsa crença e má gestão, grandes empresas Portuguesas, como a EDP, começaram assim a seguir as penosas medidas iniciadas neste governo enquadrando trabalhadores válidos em listas de disponíveis, pressionando e chantageando-os a aceitarem a ida para uma pré-reforma antecipada, com menos salário do que teriam se continuassem no activo, não cumprem a lei pois as condições que lhes oferecem não são as assinadas no acordo colectivo de trabalho, e enquanto os massacram mandam-nos para formações (por estas a empresa ainda recebe subsídios da UE) e aumentam-lhes a carga de trabalho.

Casos como estes não são esporádicos, bem pelo contrário e outras grandes companhias nacionais preparam-se para o fazerem também.

É contra esta demagogia toda que me insurjo e revolto, porque se afinal o país esta assim tão mal, que já não existem mais medidas que se possam tomar, porque já se cortaram nas regalias de carros novos todos os anos para toda a comitiva governamental, já se cortaram nos dispensáveis assessores dos assessores, e nos adjuntos dos adjuntos, porque já se acabou com a marmelada dos subsídios de apoio à habitação de todo o séquito governamental, e até já se reduziu, os ordenados luxuosos do governo e se acabou com as pensões dos altos cargos com 3 anos de serviço, mas mesmo assim o país continua sem capacidade para aguentar o pagamento das reformas e pensões, então porque se disponibilizam trabalhadores válidos, produtivos e motivados para irem para a antecipação à pré-reforma?

Se alguém me conseguir explicar fico muito grata.

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