Casamento Monárquico com GNR à mistura.

Parece que no passado fim-de-semana, casou Diana Álvares Pereira de Melo, com Charles D’Orléans, segundo os títulos de monarquia, a noiva é duquesa de Cadaval e o noivo príncipe francês, duque de Anjou, ao que parece o casamento realizou-se na Catedral de Évora, perante cerca de 400 convidados.

Até aqui, parece-me tudo muito bem, acho lindamente que as pessoas façam valer as suas origens, ainda que muitas vezes essas origens não valham absolutamente nada*, acho melhor ainda que tenham o casamento dos seus sonhos, também eu tive o meu, e que convidem quem mais lhes aprouver, afinal o tanto o casamento quanto o dinheiro que o paga é dos próprios.

Agora quando os meios de comunicação social, dão destaque a este casamento e afirmam que a noiva, “chegou pouco passava do meio-dia numa charrette ladeada por uma guarda de honra da GNR” ai meus amigos, ai fico mal disposta, sei que ultimamente tem sido o meu estado mais habitual, mas assim ainda fico pior.

Então eu ando a pagar carradas de impostos, para uma República, que está em crise e com grandes dificuldades financeira para depois efectivos da Guarda Nacional Republicana andarem a ladear a charrette da noiva Diana Álvares Pereira de Melo?

Então não há dinheiro, para termos mais efectivos a patrulharem o nosso país, e há dinheiro para ladearem a charrette da noiva Diana Álvares Pereira de Melo?

Então só há dinheiro, para termos um efectivo em cada esquadra ao domingo, e há dinheiro para ladearem a charrette da noiva Diana Álvares Pereira de Melo?

Então não há dinheiro, comprarem meios sofisticados de combate ao crime, e há dinheiro para ladearem a charrette da noiva Diana Álvares Pereira de Melo?

Mas que raio de País é o nosso!?


*Não estou a ser nada irónica, referia-me mesmo à guerra até bem recente entre as filhas do primeiro casamento, realizado no civil, e as filhas do segundo casamento realizado na igreja católica, de D. Jaime Álvares Pereira de Melo, 10º duque de Cadaval, que se esqueceram que tinham um irmão varão, ainda que gerado fora de qualquer casamento, quando disputaram entre si o título de 11º duquesa do Cadaval. Esta questão de somenos importância para o País, levou mesmo o suposto herdeiro à Coroa Portuguesa a criar e atribuir um novo título depois da instauração da República, para satisfazer a parte que não herdasse o título original.

Comentários

DM em Caracas disse…
este post era mm a pedir 1 comentário meu, certo?
oh minha querida, em 1º lugar esta senhora tinha todo o direito ao título dado que era a filha mais velha do único casamento Católico do Pai. dado k as sucessões nestas coisas ainda seguem pelas leis nobiliárquicas anteriores a 1910 e não podem ser mudadas enquanto tivermos República, os filhos que o Duque teve de outras mulheres que não a mulher com quem casou CATÓLICAMENTE não lhe podiam suceder;
em 2º lugar, quem te diz a ti que a guarda de honra da GNR não foi paga pela Duquesa? é bem capaz de ter sido, isso é possível...
em 3º lugar... pois isso do Sr. Duque de Bragança ter criado títulos para as manas + velhas é k me pareceu um absurdo! só 1 soberano pode criar títulos e em Portugal sempre se foi soberano por aclamação...
Trinca disse…
É verdade Di, estava mesmo a ver que não ias comentar este meu post. :P

Eu não sou contra a Monarquia, bem pelo contrário têm algumas coisas que me seduz.

O que eu não "engulo" são os abusos de influências, não acredito que a guarda de honra tenha sido paga, e faz-me mesmo confusão que no casamento de "malta monarquica" se quisesse a GUARDA NACIONAL REPUBLICANA a ladear a carruagem da noiva.

Afinal de contas abomina-se a República ou não?

Quanto à questão da sucessão titulo, há muitos séculos atrás, no princípio da segunda dinastia, foi um bastardo o herdeiro do trono, lembraste disso?

O direito nobliático, é como o cívil ou penal, pode ser contornado conforme mais convier às pessoas que o usam.

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