O Balanço 28 dias depois - O Puerpério (parte II)

A má criação das auxiliares da MAC é sentida por todas as puerpérias, ainda que felizes por terem acabado de ser mães, e por isso mesmo terem a tolerância elevada ao quadrado, as recém mamãs estão doridas, cansadas e muito fragilizadas. Precisamos de tudo, menos de gente mal educada, arrogante e com o rei na barriga.

Tinha uma medicação a fazer de 12 em 12 horas, prescrita pela ginecologista, e peço um copo à auxiliar, pois essa medicação tinha de ser diluída em água, a pronta resposta da criatura é que quando tinha chegado me tinham dado um copo, claramente que a minha pronta resposta foi "E? Estou a fazer uma medicação e como é natural não vou lavar um copo de plástico sujo com remédios, num lavatório com gel de bebé, por isso por favor, traga-me outro sff!"
E sim, se se perguntam a cegada do copo de plástico repetiu-se por três dias, duas vezes por dia, tantas quantas tive de tomar o remédio. E a água para diluir o remédio? Ou tinha minha engarrafada e trazida por familiares ou tinha de encher o copinho no lavatório, sim porque um maternidade não tem água filtrada.

De cada vez que precisava de ir à casa-de-banho, via as auxiliares pela porta entre aberta da sua salinha, de pernas esticadas a lerem revistas, em vez de andarem pelas enfermarias, a fazer o necessário. Os baldes do lixo enchiam até ao impossível, porque o trabalho de os despejar era das empregadas de limpeza e não das auxiliares...

Mas afinal o que fazem essas senhoras? Fazem as camas, entregam os saquinhos com "bens" para as primeiras horas e trocam arrastadeiras? Cheguei a assistir a mães que devido à epidural não se podiam levantar e por isso não almoçaram, porque tocaram à campainha para lhes levarem o tabuleiro, mas como só foram atendidas passado mais de meia hora, as sras do refeitório já tinham passado e recolhido o tabuleiro. Uma vergonha!!!

As situações foram-se multiplicando, e estes tristes episódios não se passavam apenas com as auxiliares muitas vezes incluíam seguranças com linguagens e atitudes pouco correctas para visitas e puerpérias, por isso valeu logo na altura uma reclamação no livro amarelo do meu excelentíssimo marido, e uma que preparo agora com calma e que entregarei na MAC (antes do fim do ano).

Ao que vi, a má educação é praxe, é constante e aprovada, porque os médicos e enfermeiros, também são confrontados com a magnifica gentileza, mas não fazem absolutamente nada.

É triste identificar que afinal existe também o loby das auxiliares de acção médica e seguranças, ver pessoas que, sem competências nem esforço, ganharam um poder tal dentro dos hospitais que até médicos e enfermeiros tem medo deles. Mas a culpa morre solteira, afinal a sua contratação é feita com base em que critérios? E por quem?

Perguntam agora, deve então a MAC fechar? Francamente é-me indiferente o edifício, as equipas médicas e de enfermeiros altamente qualificadas é que não devem ser desmembradas, porque a sua formação foi/é um investimento para o estado, que não se deve perder. Mas afinal perdem as grandes casas, por má gestão e funcionários sem qualidade.

No ultimo dia de internamento, apareceram duas bestas que pela primeira vez iam fazer a cama, acharam que podiam dar ordens, nah, cá comigo vieram de carro e foram de carreta:
- Não pode ter malas em cima da cama, tem cacifos no corredor.
- Não se preocupe que vou embora hoje pelo que não terá de voltar a dizer-me mais vez nenhuma.
- Mas quando chegou disseram-lhe.
Não gosto de bater boca, especialmente com pessoas que não sabem sequer articular palavras, o confronto verbal, para mim deve ser inteligente e civilizado, por isso para arrumar a questão:
- A Sra. vai-me desculpar, mas não me disseram absolutamente nada, porque quando cheguei apesar de ter tido um filho, os ouvidos não estavam doridos, mas mesmo que tivessem dito, as malas iam continuar em cima da cama, porque eu estou num hospital e não numa festa, e como tal não vou andar dentro e fora da enfermaria, cada vez que precisar de trocar a fralda ou a roupa ao meu filho.

Estava doente, loucamente perturbada pela grosseria típica e gratuita daquela gente, só queria a alta, só queria ir-me embora dali, e finalmente às 13h30 do dia 11 de Agosto, recebemos alta e voltei ao lar doce lar, carregada com um principezinho delicioso.

Que me perdoem, nasceram lá os bens mais preciosos da minha vida, mas filhos na MAC não quero ter mais!!!

Comentários

Sexinho disse…
Há 18 anos atrás esse era o cenário com os médicos e enfermeiras, não com as auxiliares que eram de uma gentileza e dedicação espantosas!

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