Passaram-se dois anos desde aquela madrugada de fevereiro em que a Ucrânia acordou sob ataque. E, com ela, o mundo também perdeu o sono. Na altura, ainda acreditávamos que a diplomacia podia ter a última palavra. Que as ameaças eram manobras, que as fronteiras não seriam ultrapassadas. Mas o que veio a seguir foi o som dos mísseis, o medo a instalar-se nos olhos das crianças, e um país inteiro a ser forçado a defender-se. Dois anos depois, há cansaço. Cansaço de quem está lá, entre sirenes e escombros. Cansaço de quem, cá fora, tenta acompanhar, compreender, ajudar. Mas há também outra coisa que resiste: uma força humana inexplicável, quase teimosa, que insiste em reconstruir, em acreditar, em manter a vida possível — mesmo no meio do impossível. É fácil, a esta distância, deixar que o tema se dilua no ruído das notícias. As manchetes já não gritam “guerra”, e há dias em que quase nos esquecemos que ela continua. Mas continua. A guerra está lá. E, apesar de tudo, a Ucrânia não ...
Depois da montanha-russa burocrática do verão — matrículas, MEGA, vouchers e refreshs infinitos nos sites dos agrupamentos —, começou o ano letivo. E com ele, a vida nova no ensino público. Os primeiros dias foram de entusiasmo e alguma curiosidade: novas escolas, novos colegas, novos ritmos. Havia um certo encanto na liberdade dos horários, nos recreios largos e na possibilidade de almoçar em casa, nos dias de saídas cedo. Mas, pouco depois, começou a realidade a instalar-se. E com ela, o maior desafio que vivemos até agora: a ausência sistemática de professores. Sim, as greves são um dado adquirido — já sabíamos que existiam. Mas a surpresa maior foi perceber que, mesmo quando não há greve, há falta de professores colocados. E quando há professores colocados, também há muitos dias em que não aparecem. Uns estão em baixa, outros em formação, outros em espera de horário, outros… nem a escola sabe. Com três filhos em diferentes ciclos, apenas um deles ainda não tem pr...
As perspectivas e as expectativas são dois conceitos que se relacionam intimamente e têm um papel importante na forma como lidamos com os acontecimentos da vida! Quer os importantes, quer os do dia-a-dia! Ambos completamente correlacionados com a nossa visão do futuro e com a forma como antecipamos o que vai acontecer e agimos. As perspectivas referem-se à maneira como vemos as coisas. É a nossa visão geral, o nosso ponto de vista, o nosso achismo, pensamento, tem a categoria de o nosso próprio treinador de bancada! É a lente através da qual interpretamos o mundo ao nosso redor. Influenciada pelas nossas experiências, valores, fé, e muda quando quer e como quer, ao longo de muito ou pouco tempo. Por outro lado, as expectativas são a nossa antecipação em relação ao futuro. A nossa esperança sobre um resultado específico. Mas sáo influênciadas pelas nossas perspectivas e pelo que vemos ao redor. Quando se trata de acontecimentos importantes na vida, como um novo amor, uma nova casa, ou u...
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