Mensagens

Confissões

Criada em família católica e colégio de freiras, a minha ida para a faculdade não envergonhou a profissão da religião, e os tantos movimentos de jovens católicos ajudaram a perpetuar as minhas presenças e ações nos eventos religiosos. Na preparação da minha primeira comunhão, a confissão não foi um processo complexo, que me exigisse muita reflexão. Os pecados de que temos consciência na infância, em geral, não passam das ações travessas de crianças — uma desobediência, uma zanga, talvez um lápis "esquecido" na mochila que não era nosso. Confessávamos com o mesmo tom com que contávamos uma história à professora: sem vergonha, sem peso, talvez até com alguma inocente vaidade por termos algo a dizer. Na altura, a confissão era mais ritual do que transformação. Era mais gesto do que consciência. Mas foi, ainda assim, a semente de algo que só mais tarde viria a compreender: a necessidade humana de nomear aquilo que nos pesa. Com o tempo, a vida foi ganhando contornos mais co...

2 Anos de Guerra na Ucrânica

Passaram-se dois anos desde aquela madrugada de fevereiro em que a Ucrânia acordou sob ataque. E, com ela, o mundo também perdeu o sono. Na altura, ainda acreditávamos que a diplomacia podia ter a última palavra. Que as ameaças eram manobras, que as fronteiras não seriam ultrapassadas. Mas o que veio a seguir foi o som dos mísseis, o medo a instalar-se nos olhos das crianças, e um país inteiro a ser forçado a defender-se. Dois anos depois, há cansaço. Cansaço de quem está lá, entre sirenes e escombros. Cansaço de quem, cá fora, tenta acompanhar, compreender, ajudar. Mas há também outra coisa que resiste: uma força humana inexplicável, quase teimosa, que insiste em reconstruir, em acreditar, em manter a vida possível — mesmo no meio do impossível. É fácil, a esta distância, deixar que o tema se dilua no ruído das notícias. As manchetes já não gritam “guerra”, e há dias em que quase nos esquecemos que ela continua. Mas continua. A guerra está lá. E, apesar de tudo, a Ucrânia não ...

Ensino em Portugal, Privado ou Público - Parte II, "O verdadeiro Choque: a ausência"

Depois da montanha-russa burocrática do verão — matrículas, MEGA, vouchers e refreshs infinitos nos sites dos agrupamentos —, começou o ano letivo. E com ele, a vida nova no ensino público. Os primeiros dias foram de entusiasmo e alguma curiosidade: novas escolas, novos colegas, novos ritmos. Havia um certo encanto na liberdade dos horários, nos recreios largos e na possibilidade de almoçar em casa, nos dias de saídas cedo. Mas, pouco depois, começou a realidade a instalar-se. E com ela, o maior desafio que vivemos até agora: a ausência sistemática de professores. Sim, as greves são um dado adquirido — já sabíamos que existiam. Mas a surpresa maior foi perceber que, mesmo quando não há greve, há falta de professores colocados. E quando há professores colocados, também há muitos dias em que não aparecem. Uns estão em baixa, outros em formação, outros em espera de horário, outros… nem a escola sabe. Com três filhos em diferentes ciclos, apenas um deles ainda não tem pr...

Ensino em Portugal, Privado ou Público - Parte I, "O processo de inscrição e matrícula, e aquisição de livros"

Depois de 14 anos a pagar escolas privadas, este ano inscrevi os meus três filhos no ensino público. Talvez fosse prudente aguardar pelo menos até ao final do primeiro trimestre para escrever sobre as diferenças entre eles, mas esse texto com recurso à comparação pode ser uma continuação do que hoje me dá vontade de partilhar. Até este verão, não sabia o que era ou como funcionava o portal das matrículas, nem como usar a aplicação Edu. Não tinha noção de como era recomeçar a inscrição várias vezes seguidas e experimentar esse novo início em browsers diferentes até descobrir que afinal era erro do sistema. Foi apenas este verão que soube que, afinal o dia anunciado como o dia das colocações varia em função do agrupamento de escolas em que inscreves o teu filho e da sua maior ou menor diligência, em publicar a lista dos colocados nos websites de cada escola. Contudo, alguns agrupamentos ainda vivem na pre-história e não fazem essa publicação online, o que te obriga a ir fisicamente d...

Tempo de qualidade

Abraçar o conceito do tempo dedicado à família, de forma produtiva, satisfatória e significativa, como se, se usasse o tempo livre para equilibrar as nossas responsabilidades familiares com os prazeres e necessidades pessoais, como se naquele tempo nos dedicássemos a atividades diferentes de qualidade e excelência apenas àquelas pessoas, é o mesmo que andar em terreno movediço! Tempo com os filhos e família, é sempre tempo, é estar! É estar na hora de ir levar à escola e ir buscar, é estar na hora do banho e do jantar! Nas horas das birras, das dores de barriga e das más disposições, nas horas das fitas à Hollywood, na altura de fazer os trabalhos de casa, e os de grupo. É ver televisão e esperar no calor dos balneários da natação, é esperar  no carro enquanto vão só ali ver uma coisa, ou buscar uma coisa e é bufar pelo tempo que estamos à espera, é fazer esforço para conseguir encaixar atividades para todos, é acompanhar no que gostam mais de fazer ou a onde gostam mais de ir,...

Prespectivas e Expectativas, qual a dose certa para ser feliz?

As perspectivas e as expectativas são dois conceitos que se relacionam intimamente e têm um papel importante na forma como lidamos com os acontecimentos da vida! Quer os importantes, quer os do dia-a-dia! Ambos completamente correlacionados com a nossa visão do futuro e com a forma como antecipamos o que vai acontecer e agimos. As perspectivas referem-se à maneira como vemos as coisas. É a nossa visão geral, o nosso ponto de vista, o nosso achismo, pensamento, tem a categoria de o nosso próprio treinador de bancada! É a lente através da qual interpretamos o mundo ao nosso redor. Influenciada pelas nossas experiências, valores, fé, e muda quando quer e como quer, ao longo de muito ou pouco tempo. Por outro lado, as expectativas são a nossa antecipação em relação ao futuro. A nossa esperança sobre um resultado específico. Mas sáo influênciadas pelas nossas perspectivas e pelo que vemos ao redor. Quando se trata de acontecimentos importantes na vida, como um novo amor, uma nova casa, ou u...

1 Ano de Guerra na Ucrânia!

Este confilto deixa ainda o mundo inteiro em pânico com a mera possibilidade de poder haver uma guerra nuclear. Os líderes mundiais e os mídia constantemente discutem as perspectivas de uma escalada e quais as consequências catastróficas para todo o planeta. A incerteza e a ansiedade palpáveis em todo o planetam fazem com que e as pessoas se perguntem quando haverá um fim para esta crise. Enquanto isso, os efeitos da guerra são sentidos em todos os cantos do mundo. Os preços dos combustíveis, alimentos e serviços subiram drasticamente devido à instabilidade nos mercados globais e ao aumento da procura por ajuda humanitária. Todas as empresas e indústrias foram afetadas, muitas delas enfrentando desafios e dificuldades para se adaptarem à nova realidade. No entanto, o maior custo da guerra foram as vidas impactadas pela violência armada. Mais de 10 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de casa, essas pessoas perderam tudo o que tinham e enfrentaram uma série de dificuldades e desafi...